China ultrapassa capacidade de geração a carvão com Energia Solar e Eólica

China ultrapassa capacidade de geração a carvão com Energia Solar e Eólica

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Avanço reflete a prioridade dada às fontes renováveis e a queda da participação do carvão, que já representa menos de 50% da capacidade instalada, segundo governo chinês

A China atingiu um marco histórico na transição energética: pela primeira vez, a capacidade instalada combinada de energia solar e eólica superou a das usinas a carvão no país.

Segundo informações divulgadas pela Administração Nacional de Energia (NEA) durante uma coletiva de imprensa em Pequim, a capacidade instalada da energia eólica cresceu 17,2% em comparação com o mesmo período de 2024. Já a energia solar teve um aumento ainda mais expressivo: 43,4% no mesmo intervalo. Somadas, essas fontes renováveis superaram a capacidade de geração das usinas térmicas movidas a carvão.

O avanço reflete a prioridade dada às fontes renováveis e a queda da participação do carvão, que já representa menos de 50% da capacidade instalada em todas as províncias chinesas, segundo especialistas. A expectativa é que, até o fim do ano, essa participação caia para cerca de um terço.

Xing Yiteng, vice-diretor do Departamento de Desenvolvimento e Planejamento da NEA, destacou que a participação do consumo de energia não fóssil na matriz chinesa aumentou 1,5 ponto percentual em relação ao ano anterior. “Esse avanço sinaliza uma mudança estrutural em curso no sistema energético chinês”, afirmou.

Relatório recente do Conselho de Eletricidade da China corrobora os dados oficiais, revelando que, ao final de março, a participação da energia a carvão caiu para menos de 50% em todas as regiões de nível provincial do país. A tendência é de queda contínua: até o fim de 2025, a previsão é que a geração por combustíveis fósseis represente apenas um terço da capacidade total instalada.

O avanço das energias renováveis tem sido acompanhado por investimentos robustos em infraestrutura de transmissão e modernização da rede elétrica.

Nos três primeiros meses de 2025, os investimentos em projetos de engenharia de redes totalizaram 95,6 bilhões de yuans (cerca de US$ 13,2 bilhões), um aumento de 24,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A aquisição de equipamentos para as redes teve crescimento ainda mais acentuado: 59,5%.

Paralelamente ao avanço das energias solar e eólica, a China também se consolida como líder mundial na produção e consumo de hidrogênio — especialmente o chamado hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis. Em 2024, por exemplo, a China liderou mundialmente com mais de 36,5 milhões de toneladas métricas de hidrogênio produzidas e consumidas, representando mais da metade da capacidade global.

Ainda segundo a NEA, a China responde por mais da metade da capacidade acumulada mundial de produção de hidrogênio renovável, que atingiu 250 mil toneladas por ano até o fim de 2024.

Para fortalecer essa posição, o governo chinês tem implementado políticas industriais específicas, promovido a inovação tecnológica e investido em projetos de ponta. O hidrogênio é visto como vetor estratégico para descarbonizar setores de difícil eletrificação, como o transporte pesado e a indústria química.

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