Futuro energético do Brasil passa pela integração de fontes renováveis

Futuro energético do Brasil passa pela integração de fontes renováveis

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Tanto a energia solar, quanto a eólica foram citadas como alternativas importantes para o país pelos especialistas

No coração do Brasil, um novo paradigma energético está emergindo, impulsionado pela combinação estratégica de fontes renováveis. Durante o XII Seminário de Energia, realizado pelo Sindenergia nos dias 21 e 22 de maio na Fiemt, em Mato Grosso, especialistas discutiram as vantagens e oportunidades das usinas híbridas que unem energia hídrica, solar e eólica.

Pedro Dias, presidente do conselho da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (ABRAPCH), destacou a necessidade de uma mudança no setor energético. "O futuro do Brasil é um Brasil híbrido. Não podemos mais continuar com a situação atual do setor de energia. O setor elétrico brasileiro precisa realmente conduzir as coisas para não fazermos o que se faz hoje: o mercado cativo paga para que os outros tenham energia e todos pagam caro," afirmou.

Em Mato Grosso, 51% da matriz energética já provém de fontes hídricas, incluindo 31,3% de usinas hidrelétricas, 18,7% de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e 1,2% de Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs). A discussão no seminário concentrou-se em como as usinas híbridas podem integrar energia solar, eólica e hídrica para aumentar a eficiência e a sustentabilidade do sistema elétrico.

Dias enfatizou a importância de reservatórios de uso múltiplo, que podem ajudar no controle de cheias e na gestão de água durante períodos de seca. Ele citou o exemplo do Rio Grande do Sul, recentemente afetado por chuvas intensas, sugerindo que a presença de reservatórios adequados poderia ter mitigado os danos.

A experiência prática com usinas híbridas foi ilustrada por Luiz Santini, da GPS Energia, que descreveu um projeto em Mato Grosso do Sul. A usina combinou um gerador hidrelétrico de 250 kW com uma instalação fotovoltaica de 200 kW, demonstrando como essa integração pode manter a geração de energia durante períodos de seca. "Os nossos grandes desafios são as questões de concessionárias, de autorização para fazer esse aumento da potência de geração e a própria questão regulatória," apontou Santini.

Carlos Coelho Garcia, diretor do Sindenergia e da CGH Energia, destacou o potencial de expansão da energia hidráulica em Mato Grosso, onde o estado já possui o maior número de PCHs e há muitos projetos em desenvolvimento. "A energia híbrida hidrelétrica com solar tem um potencial imenso aqui do estado de Mato Grosso, pelas características que a gente tem de rios e a gente consegue agregar um valor maior ao negócio," disse Garcia.

José Amorim, sócio da GPS Energia, ressaltou a importância da hibridização das usinas para aumentar a densidade da oferta energética, considerando as diferentes características regionais do Brasil. Ele mencionou que, no Centro-Oeste e Sul, a combinação de hidráulica e biomassa é eficaz, enquanto no Nordeste, o gás natural e a insolação desempenham papéis cruciais.

A hibridização das usinas representa uma abordagem inovadora para maximizar a eficiência e a rentabilidade dos projetos energéticos. Com a combinação adequada de fontes, o Brasil pode não apenas garantir um fornecimento mais estável e sustentável de energia, mas também reduzir custos e promover o desenvolvimento econômico regional.

A transição para um sistema energético híbrido é essencial para enfrentar os desafios atuais e futuros do setor, oferecendo um caminho promissor para a segurança energética e a sustentabilidade ambiental no Brasil.

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