O mercado de geração distribuída de energia tem atingido números positivos no Brasil. Atualmente, segundo o sistema SIGA, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil já gera mais de 24 MW de potência instalada em todo o território brasileiro. Ao menos um sistema instalado consta em cada município do país. Contudo, com esse crescimento expressivo, gargalos envolvendo o atendimento ao cliente também passaram a acontecer. Durante o último Fórum GD - Região Norte, por exemplo, ações de como solucionar problemas envolvendo a inversão de fluxo foram pontuadas pelos especialistas, de modo a dar dicas de como agir nestes casos. Dessa forma, listamos a seguir as principais delas. Caso você seja um integrador, anote as principais delas por aí:1. Transparência é essencial para problemas envolvendo vendas no setor de energia solarIvan Sarturi, engenheiro e especialista da PHB Solar, pontua que a transparência é um passo crucial para evitar problemas ainda maiores quando obstáculos acontecem no setor de energia solar. Ele pontua que o cliente tende a ficar ainda mais aborrecido caso não saiba de quem é a culpa do sistema não estar conectado à rede.“A primeira coisa de tudo, que é essencial e que infelizmente eu não vejo no mercado é a transparência com o cliente. Porque a primeira coisa que vai acontecer é o seu cliente ficar bravo se ele não tiver sabendo de quem é a culpa. Foi incompetência sua? Tem que ser transparente com o cliente. Olha eu errei aqui, eu vou corrigir. Foi falha da distribuidora? Explique para ele por A mais B porque que é culpa da distribuidora", pontua Sarturi. 2. Recorrer na concessionária também se faz necessárioAtualmente no Brasil, a inversão de fluxo tem sido um dos principais obstáculos dos integradores solares. A situação ocorre quando a geração distribuída local produz mais eletricidade do que o consumidor está utilizando no momento. Nesse cenário, o excesso de eletricidade pode levar a problemas como sobrecarga, desequilíbrio de tensão e interrupções no fornecimento de energia elétrica.Contudo muitos casos do problema estão sendo denominados de forma errônea segundo os especialista em GD no Brasil, sendo necessário contestar algumas delas junto a distribuidora de energia. Para Sarturi, a segunda dica para se ter sucesso nas vendas é que além de ser transparente com o cliente, o problema também seja recorrido junto à empresa de distribuição.“Você vai recorrer na concessionária, vai explicar tecnicamente porque que o que eles estão falando não tem fundamento e em paralelo a isso eu já entraria nas minhas reclamações da ANEEL” explica Sarturi.3. Faça de tudo para resolver o problema para só entrar com ação junto à distribuidoraEm muitos casos, o problema não tem se resolvido de forma amigável, segundo Sarturi. Assim, ações contra a distribuidora também podem acontecer e por isso, o integrador precisa estar preparado para isso. Na ocasião, ele explica que é importante que todas as ações possíveis para resolver a questão tenham sido criadas pela empresa, de modo que ao chegar ao tribunal todo esse esforço também seja reconhecido. “Os poucos casos que eu não recebi retorno indo à distribuidora, eu pensava em subir a escadinha, para que na hora que isso chegasse ao meu advogado, o meu advogado soubesse falar para um juiz, um promotor, seja lá quem for. Olha o meu cliente fez de tudo para resolver esse problema, porque a gente sabe que o nosso judiciário é caro, nosso judiciário é lento. Não quero mais esse problema no meu judiciário” afirma Sarturi. Ele pontua ainda que hoje ninguém quer ir ao judiciário, uma vez que o cliente quer a economia na conta de energia elétrica, contudo quando vai para a esfera jurídica acaba por estar atrasando e encarecendo o processo.“Mas mantendo a transparência com o cliente, ele sabe que ele foi bem assessorado. Ele sabe que não foi passado para trás. É um caminho árduo, um caminho que não é fácil.[...]. mas será recorrente. [...]. E o que você tem que fazer? Você terá que dominar esse caminho das pedras e é que nem eu falei aqui, você vai ter que explicar por A mais B para o seu cliente, tecnicamente porque que isso está errado. Então, o que que a gente vai ver agora? Pessoal que não é técnico vai ficar para trás e fechar as portas. Quem vai ficar agora no mercado é o pessoal técnico, que teve a capacidade de ter transparência com o cliente porque é técnico” finaliza Sarturi.O debate completo do assunto pode ser acessado no YouTube do Grupo FRG pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=4sI6AMpx9k8&t=1756s Fonte: Portal Brasil Solar