Guerra de preços de painéis solares chineses pode impulsionar instalações renováveis no mundo

Guerra de preços de painéis solares chineses pode impulsionar instalações renováveis no mundo

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Preços dos equipamentos foram reduzidos até 27% no último mês e a expectativa é que todo o mundo se beneficie da ação

A produção de energia limpa vem ganhando espaço no mundo e com a baixa nos preços da matéria-prima de painéis solares na China a expectativa é ainda mais positiva para 2023. O país é hoje o maior produtor da fonte e deve estimular a demanda global, principalmente na Europa, que enfrenta uma crise energética sem precedentes devido à guerra entre Rússia e Ucrânia.

A baixa no preço dos equipamentos fotovoltaicos vem de encontro com à queda nos custos do material-chave, o polissilício. Isso acontece porque os principais fabricantes do produto decidiram reduzir os preços em até 27% conforme a Associação da Indústria de Silício da China devido a pouca demanda solicitada devido os casos de covid no país.

Vale destacar que o país asiático fabrica e fornece hoje 80% dos painéis fotovoltaicos do mundo. A estimativa é que 570 gigawatts (GW) de energia eólica e solar sejam adicionados pelo país conforme a Agência Internacional de Energia. Os esforços vêm de encontro com os planos da China para atingir sua meta neutra em carbono até 2060, quando as fontes de combustível não fóssil serão responsáveis por 80% de sua matriz energética total.

A guerra de preço entre os maiores fabricantes, por sua vez, é vista como uma excelente oportunidade para a Europa visto que no último ano a guerra entre a Rússia e Ucrânia trouxe uma crise energética bem significativa e a adesão de cada vez mais fontes alternativas do combustível fóssil russo se mostra essencial para o setor europeu.

Estima-se que a região adicione um recorde de 41,4 GW de energia solar em 2022, 47% a mais que no ano anterior, e outros 53,6 GW em 2023 para elevar a capacidade solar total a 262 GW.

Outro ponto importante comentado pelos especialistas é que o preço mais baixo dos componentes diz respeito a expansão da energia renovável, pois mais da metade dos painéis solares importados pela UE em 2022 foram da China e o fato deles estarem com o preço mais baixo contribuirá para uma nova demanda, pois não deve atender só o mercado europeu, mas também mercados importantes no Sudeste Asiático, Oriente Médio e África.

Internamente, por sua vez, o mercado solar deve ter um caos temporário entre os maiores fabricantes de equipamentos chineses já que haverá um desequilíbrio entre oferta e demanda, assim como lucratividade do setor.

A baixa nos equipamentos é justificada pela China como a desaceleração da demanda devido ao aumento de casos de Covid-19, a qual levou muitos fabricantes a reduzir preços para garantir o bom desenvolvimento do setor.


Fonte: Portal Brasil Solar

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