Medo do impacto da lei 14.300 é maior que o próprio impacto

Medo do impacto da lei 14.300 é maior que o próprio impacto

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Visão vem de Barbara Rubim, uma das moderadoras do Fórum GD - Região Centro Oeste, que aconteceu entre os dias 09, 10 e 11 de agosto no MS

O sancionamento da Lei 14.300, a qual criou o Marco Legal da Geração Distribuída, trouxe muitos questionamentos ao setor de GD do Brasil. Com foco em trazer segurança jurídica ao mercado, a legislação trouxe tarifação ao uso dos fios da rede de distribuidora também, as quais variam conforme a produção de energia injetada, assim como passa a valer a partir de 2023. Cobrança essa que até o momento ainda não existia.

Para muitos especialistas inclusive, a corrida a favor da energia solar em 2022 tem como responsável essa tarifação, a qual entra em vigor em janeiro do próximo ano. Para garantir a isenção do pagamento até 2049, as instalações de sistemas tiveram alta procura por agentes do setor.

Entretanto, a dúvida de muitos profissionais ainda é sobre o futuro após a entrada em vigor da lei. Muitos integradores e profissionais da área se sentem ameaçados em relação ao aumento das vendas, devido à instalação também gerar pagamento a partir de agora, o que na visão deles pode frear esse crescimento expressivo que o setor vem obtendo.

O tema inclusive foi debatido durante o Fórum GD - Região Centro Oeste esta semana. O evento, que aconteceu Campo Grande, Mato Grosso do Sul, reuniu para o debate especialistas de peso e teve a especialista jurídica da Bright Strategies, Bárbara Rubim como moderadora. Na ocasião a mesma destacou que a dor criada com o sancionamento da lei, ou seja, o medo do impacto é maior que o próprio impacto.

“O que eu percebo muito e até pelas análises que a gente faz na consultoria também sobre o impacto da 14.300 e das mudanças que a gente vai ter é que a dor que a gente criou com a lei, o medo do impacto é maior que o impacto. Como em geral na vida o medo que a gente sente das coisas em geral é maior que aquilo que foi feito na vida mesmo” comenta ela.

Rubim ainda destaca que muitas empresas do setor hoje já estão decretando o fim do mundo após o prazo de 6 de janeiro, quando a lei entra em vigor no Brasil. Contudo ela ressalta que muitos empreendedores ainda não estão entendendo bem como acontecerá as taxações, assim como não estão entendendo bem a lei para repassar ao consumidor final. A especialista destaca que todo esse medo do setor em si, vem contaminando o consumidor final o que pode gerar um impacto muito pior do que a lei vai trazer.

Quem também comenta o assunto é Diego Leonel Butinhoni, da consultoria Renovigi. O mesmo destaca que tem sentido a resposta do mercado e suas dores. Para ele o setor está colocando o apocalipse antes do dia 7 de janeiro e para ele isso não deve ser dessa forma.

“O mercado ele tem que se profissionalizar, por isso eu bato muito nesta tecla. Profissionalize para você continuar exercendo a sua função da melhor forma porque não vai acabar o mundo. Ele vai virar uma chave. 90% das pessoas que trabalham com vendas de energia solar hoje acreditam que esse é o ano, porém virou a chave nós temos o que fazer. Vai continuar sendo viável ainda, não vai acabar o mundo por isso. Você vai pagar o imposto? Vai. Vai ter aquela tributação porém existem as partes muito boas ainda de você produzir a sua própria energia e não pagar para as concessionárias que todo ano nós temos reajustes, novas bandeiras tarifárias e que sempre vai trazer uma proximidade do que nós estaremos pagando de impostos com a energia consumida da rede” finaliza Butinhoni.


Fonte: Portal Brasil Solar

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