A produção de energia limpa através da geração distribuída no Brasil vem ganhando um ritmo acelerado. No total mais de 11 GW de energia são produzidos através da micro e mini geração pelo próprio consumidor no país. O Paraná, por sua vez, é o sexto estado brasileiro com maior geração desse tipo de energia, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Durante a décima quarta edição do Fórum GD - Região Sul em junho, Carlos Bebiano, conselheiro da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) reforçou o potencial do estado para esse tipo de geração. Entretanto, o especialista reforçou ainda que é possível melhorar os números com políticas públicas que fomentem a produção renovável. Segundo o especialista, o Paraná foi um estado que começou crescendo muito em questões de instalações GD, contudo teve uma queda de posição por falta de incentivo. O estado agora vem retomando os investimentos no último ano em busca de melhorar os seus números em comparação com outros estados. Para Bebiano é essencial que os distribuidores de energia tenham um olhar mais inovador para incentivar cada vez mais essas energias renováveis na região. A energia solar, por exemplo, vem despontando como fonte com maior crescimento tanto no país como no estado. Bebiano acredita em um grande potencial de geração nos próximos anos. “Se a gente continuar com um plano. A gente tem que pensar a longo prazo. Junto com os órgãos governamentais, todos eles, seja municipal, seja estadual ou, seja do próprio federal dentro de cada estado, eu acredito que esse crescimento é espontâneo e principalmente, eu vou dizer para vocês, nós vamos ajudar a nossa matriz energética de uma forma renovável cuidando do futuro principalmente de todos os nossos pequenos desse planeta” afirma Bebiano. O especialista também destaca que 17% da modalidade de energia produzida no Paraná vem de sistemas remotos. O estado é hoje um dos que mais possui usinas para autoconsumo remoto, principalmente no norte pioneiro. Contudo a falta de políticas públicas mais agressivas para incentivar esse tipo de produção vem fazendo com que a tecnologia tenha cada vez menos investimentos.“Infelizmente como a gente não tem igual Minas Gerais, que é agressivo, que é muito importante, que ela é incentivada, que a potência é até de 5 MW no Paraná é até um 1MW com também acho Santa Catarina. Isso acaba o quê? Essas usinas estão diminuindo, o trâmite é muito maior, a concessionária não entende como você pode fazer uma cooperativa de 5MW de potência” explica Bebiano. Geração Comercial de GD vem crescendo bastante no ParanáBebiano também trouxe dados importantes sobre a geração de energia através da geração distribuída no estado. Dados da ABGD revelam que hoje a geração comercial é a que mais cresce em potência instalada, seguida pela geração residencial. Cerca de 42% da geração GD no estado hoje vem de casas e 30% dela de empreendimentos comerciais. O especialista explica que o principal mito envolvendo a GD no estado, principalmente na capital do estado, Curitiba, envolve a falta de sol. Isso porque a cidade conta com períodos bastante chuvosos. Contudo, dados mostram que a produção conta sim com um grande potencial, inclusive com dados melhores do que da Europa segundo Bebiano. Dessa forma ele acredita que a medida que o mito vem se desfazendo, as empresas e consumidores passaram a encontrar na GD uma alternativa importante para reduzir os gastos com energia. “Esse número industrial, só para vocês terem uma ideia, neste ano, teve um aumento de 14%. Então as pessoas começaram a ver com bons olhos. No interior a incidência solar é maravilhosa, mas muitas empresas grandes ainda se concentram no entorno de Curitiba, onde eles começaram a ter bons olhos para energia solar fotovoltaica e acabando com esse mito a geração vem aumentando” finaliza ele. Fonte: Portal Brasil Solar
