Marco Legal da Geração Distribuída trouxe particularidades ao agronegócio no Brasil

Marco Legal da Geração Distribuída trouxe particularidades ao agronegócio no Brasil

Image

Tema esteve entre os temas apresentados durante o Fórum GD - Região Sul na última semana.


A produção de energia limpa por sistemas de GD no campo tem sido cada vez mais fomentada no Brasil. O alto preço na conta de energia elétrica tem influenciado diversos agricultores a buscar alternativas importantes neste quesito. Durante o segundo dia do Fórum GD - Região Sul esta semana, Thiago Mingarelli, da Amara Nzero, destacou as particularidades e oportunidades que a GD vem trazendo ao agronegócio no país e que estão sendo utilizadas por esse público.

Mingarelli comenta que não é de hoje que subsídios oferecidos aos agricultores em relação à eletricidade, como descontos nas tarifas, estão sendo diminuídos, assim como cortados por vários estados. Essa situação, por sua vez, tem feito com que muitos agricultores procurem alternativas mais rentáveis e sustentáveis a fim de diminuir os gastos com energia.

“Hoje os agricultores ainda têm alguns tipos de incentivos, a gente não sabe até quando isso vai e se vai. Só que até pouco tempo atrás praticamente qualquer agricultor que tivesse algum tipo de plantação, algum tipo de irrigação, ele conseguiria trabalhar dessa forma. Hoje já não é bem assim. Tem vários critérios para ele conseguir esse tipo de isenção e a tendência é que cada vez mais isso seja mais restrito” explica Mingarelli.

De acordo com o especialista, o Marco Legal da Geração Distribuída, lei 14.300 sancionada em janeiro deste ano, trouxe algumas mudanças ao mercado, as quais também abriram novas oportunidades para o campo. A lei tem proporcionado segurança jurídica ao setor. Ou seja, ao negociar um sistema com esse tipo de público é possível mostrar as vantagens que a GD traz e quão segura ela é para os investimentos, visto que incentivos governamentais podem terminar sem aviso, o que afeta consideravelmente sua produção.

Além disso, Mingarelli também ressalta a importância dos sistemas de armazenamento de energia para o campo. Segundo ele, o produto é mais uma das oportunidades que podem ser levadas ao agronegócio a partir de agora, visto que recentemente o INMETRO autorizou os inversores híbridos, o que abre um leque muito grande de oportunidades para a área rural.

“A gente pode trabalhar desde sistemas offgrid, isolados da rede para uma área rural mais isolada e que não tem infraestrutura elétrica da concessionária. A gente pode trabalhar com sistemas de backup” comenta o especialista.

Mingarelli ressalta que hoje grande parte dos agricultores trabalha com gerador a diesel para backup, um tipo de sistema que eles precisam obrigatoriamente ter para garantir a energia o tempo todo caso trabalhe com animais, por exemplo. Contudo, o especialista destaca que os sistemas normalmente utilizados são a diesel, o que é uma energia cara, assim como poluente. A GD no entanto entra com uma alternativa bastante viável e importante ao campo neste caso, podendo solucionar o problema de forma sustentável.

“Então a gente tem como oportunidade usar como backup geradores com armazenamento de energia sem dúvida nenhuma. Primeiro o impacto econômico e também o impacto na parte ambiental. De trabalhar com uma energia limpa. Então isso abre um leque muito grande de oportunidades para a gente estar trabalhando com energia fotovoltaica dentro do agronegócio” afirma Mingarelli.

Por fim, o especialista da Amara-e finaliza sua palestra destacando um terceiro ponto de oportunidades da GD no agronegócio. Para ele, um dos problemas atuais também enfrentados pelos agricultores é a falta de estrutura da rede da concessionária, visto que nem sempre a mesma suporta a carga necessária que o agricultor precisa.

Neste caso, para aumentar o potencial de carga sem precisar de uma mudança de estrutura da rede, Mingarelli afirma que já existem no mercado brasileiro o uso de módulos bifaciais que desenvolvem esse tipo de trabalho.

“São sistemas que podem ter ganhos aí na ordem de 7 a 8% de geração a mais de energia sem eu precisar aumentar a potência do meu transformador, sem precisar aumentar a potência do meu inversor e consequentemente a carga do nosso sistema. Então imaginem aí sistemas na ordem de 90 centavos de quilowatt-hora e eu podendo gerar 5, 7, 8% de tempo a mais de energia sem precisar aumentar a carga do meu cliente” explica Mingarelli.

Fonte: Portal Brasil Solar

Compartilhe esta noticia: