O Chile está consolidando sua liderança na transição energética ao combinar grandes usinas solares com sistemas de armazenamento em baterias (BESS). Em 2024, o país já alcançou 70% de sua eletricidade vinda de fontes renováveis — uma meta prevista apenas para o fim da década — reduzindo drasticamente sua dependência de combustíveis fósseis, que caíram de 53% da matriz em 2020 para 30% no último ano.A estratégia chilena foca especialmente na região norte, como Antofagasta e Tarapacá, onde a alta radiação solar e a presença da mineração favorecem projetos de larga escala. Um dos destaques é a usina de Quillagua, da ContourGlobal, que une 221 MWp de energia solar com 1,2 GWh de baterias. Outro projeto em curso é o Victor Jara, com capacidade similar, que também integrará armazenamento.O projeto híbrido Libélula, da ENGIE Chile com a Nextracker, levará 151 MWp de geração solar e 199 MW em baterias para a região metropolitana de Santiago, com tecnologia de baixo carbono nos rastreadores solares.A Atlas Renewable Energy, por sua vez, inaugurou o BESS del Desierto com 200 MW de solar e 800 MWh em baterias e já prepara novos empreendimentos no Brasil, Colômbia e México.Além de aumentar a oferta de energia limpa, os sistemas de baterias permitem liberar eletricidade nos horários de maior demanda, estabilizar a rede e garantir confiabilidade. A combinação de geração renovável e armazenamento posiciona o Chile como referência internacional e inspira outros países latino-americanos a seguirem o mesmo caminho.