Novos requisitos de segurança para inversores fotovoltaicos entram em vigor: entenda as mudanças e impactos para o integrador

Novos requisitos de segurança para inversores fotovoltaicos entram em vigor: entenda as mudanças e impactos para o integrador

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Especialista da UFSM debateu o assunto na edição mais recente do Fórum Regional de Geração Distribuída na região Sul

O professor Lucas Belinazo, docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), compartilhou suas percepções sobre os novos requisitos de segurança para investidores fotovoltaicos, que estão sendo implementados em 2024. Durante palestra na 24ª edição do Fórum Regional de Geração Distribuída da região Sul (Fórum GD), ele abordou como essas medidas afetarão não apenas os investidores, mas também os integradores do sistema.

Belinazo explica que a UFSM, pioneira fora das capitais, fundada em 1962, abriga o Instituto de Redes Inteligentes, onde são conduzidos testes de inversores, transformadores de distribuição e pesquisas em desenvolvimento. Assim, boa parte dos inversores disponíveis no mercado acabou testada na universidade, garantindo padrões de segurança.

O professor ressalta, no entanto, que os novos requisitos concentram-se principalmente em problemas relacionados a incêndios e choques elétricos em sistemas fotovoltaicos. Arcos elétricos, originados por problemas de conexão e falhas à terra, foram identificados como uma das principais causas de incêndios. Desde 2010, normas como a IEC 63112 e a NBR 16690 estabelecem diretrizes de segurança, com revisões em andamento para incluir questões como arcos elétricos.

"O que que é uma falta terra? É qualquer contato por algum objeto, alguma coisa, uma falha de isolação no lado de corrente contínua em relação ao terra. Pode ser uma pessoa encostando em corrente contínua, um choque elétrico devido a uma falta terra" pontua ele.

" A primeira coisa que os inversores precisam fazer para atender a norma é antes de ligar, fazer a detecção de resistência isolação. Vocês já devem ter percebido que ele faz a detecção antes do inversor ligar. Até dá uns barulhinhos dos relés testando e depois disso ele começa a conexão" complementa Belinazo.

Em 2022, o INMETRO emitiu a Portaria 140, atualizando as regulamentações de segurança, seguida pela Portaria 515 em 2023, abordando especificamente os arcos elétricos. A partir de dezembro de 2024, todos os inversores acima de 120V precisarão ter proteção contra arcos elétricos.

"O inversor ele precisa ter essa proteção. Ele tem que ter uma detecção de um arco elétrico e de corrente contínua. Como que ele detecta? Tem vários métodos que os inversores fabricantes podem utilizar, mas o que mais eles utilizam é ver uma assinatura do arco em alta frequência. É como se fosse um ruído que causa no inversor e esse ruído é como se fosse um ruído acústico e dai o inversor ele tem que detectar e perceber para parar de funcionar, enquanto não é corrigido esse problema. Evitar um fogo, evitar um problema pior" destaca o especialista.

Dessa forma, para Belinazo, o impacto dessas mudanças se estende aos integradores, que terão um prazo de um ano, até maio de 2025, para garantir que os sistemas instalados atendam aos novos requisitos. Embora as normas evoluam para prevenir problemas futuros, o especialista enfatiza a importância de seguir os padrões de segurança para manter a confiança do mercado e dos clientes nos sistemas fotovoltaicos.

Os participantes da palestra foram alertados sobre a necessidade de conexão correta à terra e a importância de detectar precocemente problemas como arcos elétricos para evitar incidentes graves. A implementação dessas medidas visa não apenas garantir a segurança, mas também fortalecer a indústria fotovoltaica, assegurando sua reputação de confiabilidade e eficiência.

A palestra completa do professor pode ser assistida no canal oficial do Grupo FRG Mídias & Eventos, no YouTube, pelo link: https://www.youtube.com/watchv=RfQnSQv2wFo.

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