O cenário energético brasileiro está passando por transformações significativas, à medida que a demanda por energia elétrica atinge níveis recordes e as contas de luz pesam cada vez mais no bolso dos consumidores. Em meio a esse contexto desafiador, a energia solar desponta como uma alternativa promissora e acessível.Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Brasil alcançou números históricos no consumo de energia elétrica em 2023, com uma média de 69.363 megawatts, impulsionada pelo uso intensivo de aparelhos como ventiladores e ares-condicionados, especialmente devido ao calor extremo enfrentado em várias regiões do país. Enquanto isso, a conta de luz continuava a subir, aumentando a pressão sobre os consumidores.Paralelamente ao aumento da demanda e dos custos, a energia solar registrou um crescimento sem precedentes. Em fevereiro deste ano, a potência instalada atingiu quase 40 gigawatts (GW), representando 17% da matriz elétrica nacional, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).Vários fatores contribuíram para esse crescimento vertiginoso. Entre eles, destacam-se os incentivos governamentais, a redução dos preços dos módulos fotovoltaicos em cerca de 40% no último ano e a busca constante dos consumidores por alternativas mais econômicas e sustentáveis.Thomas Knoch, CEO do Grupo Solar Vale, sediado em Santa Catarina, destaca o papel fundamental da energia solar como uma solução viável para escapar dos aumentos constantes nas tarifas de energia. Ele ressalta que, no Brasil, onde a conta de luz figura entre as mais caras do mundo, tanto os consumidores individuais interessados em investir em sistemas próprios quanto aqueles que optam por comprar créditos por meio da geração compartilhada encontram na energia solar uma opção vantajosa. Além disso, com a crescente abertura do Mercado Livre de Energia, mais empresas têm a oportunidade de adotar essa fonte renovável, tornando-a acessível a diversos públicos.Comparando com o ano anterior, o crescimento da energia solar no Brasil foi superior a 50%, com 26,2 GW provenientes do segmento de geração distribuída (instalações em telhados e pequenos terrenos) e 12,8 GW das usinas de grande porte.No entanto, mesmo diante desse cenário positivo para a energia solar, as notícias sobre o aumento das contas de luz em 2024 lançam um alerta. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) projeta um aumento médio de 5,6%, acima da inflação do país, devido à expansão da rede de energia, ao aumento dos subsídios no setor e ao fim da restituição de créditos tributários, que estava sendo repassada às contas dos consumidores.Diante dessas perspectivas, a energia solar surge como uma luz no fim do túnel, oferecendo uma alternativa econômica e sustentável em meio ao cenário desafiador do setor elétrico brasileiro. Com a continuidade do avanço tecnológico e dos incentivos governamentais, espera-se que seu papel na matriz energética nacional cresça ainda mais nos próximos anos, beneficiando consumidores e o meio ambiente.
