Os impactos econômicos da guerra entre Rússia e Ucrânia trouxeram algumas incertezas ao mercado solar fotovoltaico em todo o mundo. Em debate, durante o Fórum GD - Região Nordeste, Guilherme Chrispim, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) destacou que durante a pandemia os preços deram uma boa estagnada, onde existiu uma queda acentuada de alguns fatores que impactam no preço dos equipamentos como o frete, por exemplo. Contudo após a retomada do setor algumas coisas se inverteram visto que a chegada da Guerra muitas coisas encareceram devido a instabilidade do preço do combustível russo. Um dos exemplos foi o próprio frete, assim como o preço do polisilício, que é o responsável pela fabricação dos painéis. “Nós saímos de contêineres a 500 dólares para o momento de 15 mil dólares. É claro que isso impacta na cadeia. Hoje estamos falando do aumento do polisilício que impacta no aumento dos módulos ``, comenta ele. Na visão de Vitor Pedreira, especialista da distribuidora Amara, os desafios de logística e equipamentos fotovoltaicos são vistos como incertezas ainda. Isso porque muitos fatores impactam nos preços dos equipamentos e estão oscilando, como é o caso do frete. Outro ponto comentado pelo especialista está nas sanções impostas por outros países no caso do gás, do petróleo, buscando fontes alternativas e renováveis. “Então realmente existe aí um jogo com essa questão da demanda global e que pode vir até o momento e aumentar os preços. E por fim o último fator é o próprio dólar. Falando agora em nível Brasil a gente teve realmente uma redução nos preços aí se a gente compara, por exemplo, dezembro do ano passado com abril deste ano, mas também mais uma vez é outro fator super incerto. O dólar já voltou a subir, já passou de cinco reais novamente, então realmente a gente acaba refém desses fatores”, ressalta ele. Energia solar e mobilidade elétrica estão entre os futuros cobiçados Em meio às incertezas, o mercado solar e a mobilidade elétrica também foram comentados pelos especialistas como bastante promissores. Para Chrispim, o mercado imobiliário deve fomentar o mercado solar, isso porque assim como existem exigências hoje por parte dos consumidores, a presença de painéis solares ou vagas para carros elétricos no empreendimento serão futuramente indagados por quem deseja comprar um imóvel. Para Ivan Sarturi, da PHB Solar, a curva da mobilidade elétrica hoje já nos diz muitas coisas. O crescimento tem sido expressivo, contudo a falta de infraestrutura ainda é um problema também. Com isso, para atender com eficiência o setor, o especialista acredita que será necessário obter cada vez mais vagas para carros elétricos nos edifícios. O mesmo inclusive já deve começar a ser idealizado nas plantas atuais para suprir a demanda que chegará. A expectativa é que o ano termine com mais de 100 mil unidades vendidas de carros elétricos em 2022, segundo a ABVE. Fonte: Portal Brasil Solar