O crescimento expressivo do setor de Geração Distribuída no Brasil fez com que aumentasse a necessidade de profissionais mais qualificados no mercado. Dados do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) mostram que o mercado de GD no país teve uma evolução nos últimos anos e que resultou em um aumento na quantidade de empresas integradoras. Atualmente o país conta com 27 mil profissionais atuando com energia solar em empresas integradoras segundo o Senai e metade deles atuando na instalação de sistemas. Diante de tal cenário é possível prever a importância da qualificação e certificação dos profissionais, com base tanto na possibilidade de novos empregos como também na qualidade dos serviços prestados pelas empresas. De acordo com o Senai- CE existem inúmeros cursos que envolvem o setor GD e que são ofertados pela instituição, por exemplo. Dentre eles estão: Montador de Sistemas Fotovoltaicos, Dimensionamento de Sistemas Fotovoltaicos, Técnico em Eletrotécnica, Eletricista de Redes de Distribuição de Energia, Eletricidade em Linha Viva, O&M de Subestações Industriais 13.8 kV, NR 35 - Trabalho em Altura para Eletricista de Redes e NR 10. Os especialistas do Senai, David Freitas Pontes e Paulo André Holanda, que estiveram presente na terceira edição do Congresso Brasileiro de Geração Distribuída em 2018, mostraram durante a sua palestra que o impacto de uma mão de obra não qualificada pode trazer impactos negativos as empresas. Além da perca de tempo, a empresa pode sofrer com recursos técnicos limitados e também com problemas por má instalação. A mão de obra não qualificada pode trazer riscos ainda mais sérios segundo os especialistas. Um relatório feito na Alemanha mostra que as causas de incêndios relacionadas a sistemas fotovoltaicos no país são de 37% causados por erro de instalação. Além da qualificação, a certificação, segundo o Senai, também é muito importante para verificar de forma formal se o indivíduo atende aos requisitos e padrões estabelecidos. Programas de Certificação pelo Mundo Atualmente existem vários programas de certificação no mundo. Dentre os mais conhecidos estão o chamado Clean Energy Council (CEC), o qual foi criado em 2007 e serve como um dos requisitos para acesso a incentivos fiscais do governo do Reino Unido. De acordo com o programa, treinamentos periódicos são realizados e para conseguir a certificação é necessária uma quantidade mínima de horas cursadas por ano para renovação. Outro programa também presente no mercado da Inglaterra é o programa Microgeneration Certification Scheme (MCS), o qual é voltado para a certificação da instalação de sistemas de micro e mini geração de energia a partir de fontes renováveis. Atualmente segundo o programa mais de mil empresas instaladoras já contam com certificação no país. Nos Estados Unidos a certificação mais utilizada é a North America Board of Cerfied Energy Practitioners (NABCEP), a qual foi criada desde 2003 e é aplicada em profissionais técnicos e também de comerciais. O programa já certificou mais de 2600 profissionais dentro de diferentes setores como instalação, inspeção e comercial. No Brasil, uma das oportunidades de certificação de pessoas é realizada pelo Senai. Criado em 2007, o programa conta com base na norma ABNT NBR ISO/IEC 17024 e também está presente em 10 Centros de Exames de Certificação pelo país. O programa conta com várias certificações e dentre elas está o de montador de sistema FV. De acordo com os especialistas Pontes e Holanda a certificação do Senai consiste na aplicação de um exame teórico e também de um exame prático. A validade da certificação tem 36 meses e é realizado um acompanhamento com o indivíduo certificado durante o período de validade da certificação. Além disso, as provas práticas do programa são aplicadas individualmente em um ambiente controlado que simulam condições reais encontradas em campo. Para o Senai a certificação só é emitida se o profissional avaliado executar a instalação de um sistema e também souber realizar a manutenção dele. Fonte: Thayssen Carvalho - Portal Brasil Solar
