- Como você avalia a atual situação do setor de Geração Distribuída no Brasil?A Geração Distribuída de Energia está em um estágio ainda inicial no Brasil, porém tem apresentado ótimas perspectivas. Temos atualmente 15.315 consumidores gerando sua própria energia, correspondendo a 169,8 MW de potência instalada. Ainda são dados muito pequenos, comparando-se com outros países tais como Austrália, Alemanha e Estados Unidos, que já possuem mais de 1 milhão de conexões de geração distribuída. Porém temos notícias animadoras, considerando-se a velocidade de crescimento do Setor no Brasil. - Como você avalia a atual situação e resultados no Ceará ?Temos tido uma importante atuação conjunta da FIEC – Federação das Indústrias do Estado do Ceará, do Sindienergia/CE, da Câmara Setorial de Energias Renováveis/CE, dos Órgãos do Governo do Estado e dos Empresários em prol do desenvolvimento do setor de energia no Ceará. Na Geração Distribuída de Energia, O Ceará ocupa atualmente a 2ª posição no Brasil em potência instalada, com 12,5% do total no Brasil, ocupando posição destacada no Nordeste do Brasil, tanto em quantidade de consumidores gerando energia (29,7% do total), quanto em potência instalada (63,4% do total). Importante destacar que o Ceará possui a geração distribuída tanto de origem solar quanto eólica. - Quais vantagens e benefícios que a geração distribuída pode trazer para o país?Os benefícios são vários, começando pela redução de custos da conta de energia elétrica, e contribuindo para a melhoria das condições ambientais. Além disso, propicia o adiamento de investimentos em expansão dos sistemas de transmissão e distribuição, a redução no carregamento das redes, a minimização das perdas técnicas e a diversificação da matriz energética. Importante destacar que cada MW instalado de geração distribuída proporciona a criação de 30 empregos, e cerca de R$ 4 milhões em investimentos.- Quais expectativas você tem em relação ao crescimento do setor para os próximos anos? Conforme projeções apresentadas pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica, se prevê que em 2024 teremos no Brasil 886.723 consumidores gerando sua própria energia, sendo 808.340 residenciais, e 78.383 comerciais, com uma potência instalada total de 3,2 GW. Essas projeções representam cerca de R$ 12 bilhões em investimentos e criação de 90.000 empregos.- Qual a importância de eventos como o CBGD?O CBGD é um evento com característica bem empresarial, com grandes possibilidades de desenvolvimentos de negócios e parcerias. Também serão apresentados temas importantes a respeito de tecnologias, modelos de negócios, debates com representantes da Agência Reguladora, das Distribuidoras de Energia. - Nos fale um pouco sobre sua participação no evento. No Congresso, estarei participando do painel “Novos modelos de negócios & aspectos regulatórios”, e apresentando palestra com o tema “Sistema de Locação SGR”, que trata da licitação que a FIEC estará lançando para a locação de sistema de energia renovável para suprir energia para as instalações tanto da Casa da Indústria, quanto SESI e SENAI. O Núcleo de Energia também estará presente como moderador do painel “Posicionamento das Distribuidoras em GD (REN687/ANEEL)”, através do Consultor de Energia da FIEC, Jurandir Picanço. Além disso, estaremos participando da Feira/GD, com um stand conjunto com o Sindienergia/CE.Sobre Joaquim Rolim: Coordenador do Núcleo de Energia da FIEC – Federação das Indústrias do Estado do Ceará, membro da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará e também conselheiro do CONERGE – Conselho de Consumidores da Enel Distribuição Ceará. Anteriormente trabalhou em Distribuição de Energia Elétrica, na Eletrobrás e Enel, e também em indústrias, como Dow Química e Grupo Ultra.Engenheiro Eletricista pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), com MBA em Gestão de Negócios de Energia Elétrica pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e Especialização em Administração Industrial pela USP (Universidade de São Paulo).Fonte: Thayssen Carvalho - Brasil Solar